Com a onda de desemprego causada pela pandemia, nasceu, há dois meses, a campanha Adote um Currículo, criada pelos paulistas Paulo Silva e Rodrigo Chiesa. Por meio de uma plataforma online rápida e descomplicada, quem está em busca de oportunidades pode divulgar seu currículo e ser encontrado – ou “adotado” – por empresas contratantes. Criada sem o intuito de obter retorno financeiro, a iniciativa já ajudou mais de 100 pessoas a reiniciarem suas vidas por todo o Brasil.

 

“Uma forma simples de dar esperança num momento de incerteza” é como a Adote um Currículo se apresenta. A dinâmica do site se resume a um único botão “Mostre outro CV” que, ao ser acionado, mostra aleatoriamente o perfil de algum profissional na página principal, dando visibilidade para que essas pessoas sejam encontradas por possíveis contratantes. A organização também conta com empresas parceiras, que ajudam a disseminar os currículos.

 

Nesse site, o profissional desempregado – que foi desligado recentemente ou já buscava emprego antes da pandemia – pode se inscrever de graça, em poucos segundos, para receber o apoio da plataforma. É possível também compartilhar o perfil exibido em plataformas como o LinkedIn, junto à hashtag #adoteumcv para aumentar as chances de ser “encontrado” por alguma empresa. “O mínimo que podemos fazer é ajudar você a se recolocar”, diz a interface de cadastramento. Caso seja contratado, o usuário pode remover seus dados da plataforma. “No nosso caso, é bom perder clientes”, brinca Paulo, um dos fundadores da ONG.

 

Paulo Silva, um dos idealizadores da campanha, não costuma aparecer muito nas mídias sociais. Programador e de origem humilde, ele conta que, na internet, pôde adquirir muito conhecimento de graça e encontrar oportunidades – algo que descreve como fundamental para a sua ascensão financeira e formação profissional. “Quero devolver o que o mundo me deu”, destaca.

 

Todo o financiamento para o projeto é feito com dinheiro próprio. Iniciada de forma despretensiosa e incentivada simplesmente pela vontade de fazer algo para ajudar na pandemia, a Adote um CV não recebe lucro algum. No entanto, recompensado com muita felicidade e calorosos agradecimentos de quem conseguiu vencer o desemprego, Paulo revela: “Acho que nunca trabalhei com tanto propósito na minha vida”. Ele ainda compartilha que sonha fazer da iniciativa sua ocupação principal.

 

Ao ser perguntado sobre planos para o futuro, Paulo responde que não pretende parar com o trabalho mesmo após o fim da pandemia. “O projeto já está maior do que a gente e continua enquanto tiverem pessoas cadastradas para arrumar emprego”, afirma.

 

Por Luana e Rebecca – UFRJ / Brasil

 

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